🤝 Ansiedade Infantil: Manifestações por Idade e Intervenções Adequadas
A verdade é que as crianças também sentem ansiedade, mas elas não sabem explicar direito o que está acontecendo. E nós, adultos, às vezes confundimos os sinais com birra, preguiça ou “frescura”.
Vou te ajudar a entender melhor essa questão e, principalmente, como você pode ajudar seu pequeno a lidar com esses sentimentos.
👶 Bebês e Crianças Pequenas: Os Primeiros Sinais
Com bebês e crianças até 5 anos, a coisa é mais complicada porque eles não conseguem dizer “mãe, estou ansioso”. Então temos que ser detetives.
O Que Observar
Choro excessivo na hora de se separar dos pais. E não estou falando daquele choro normal quando você sai – estou falando de desespero mesmo.
Dificuldade para dormir sozinho. Se a criança sempre dormiu bem e de repente não consegue mais, presta atenção.
Regressão – quando a criança “volta atrás” em coisas que já sabia fazer. Por exemplo, volta a fazer xixi na cama depois de já ter aprendido a usar o banheiro.
Medos irracionais – medo excessivo de coisas que antes não incomodavam, como barulhos, bichos de pelúcia, ou até mesmo sombras.
A Ansiedade de Separação
É normal a criança ficar triste quando os pais saem. Mas se ela entra em pânico, tem crises de choro que duram horas, ou se recusa a ficar com outras pessoas (mesmo familiares próximos), pode ser ansiedade de separação.
🧒 Idade Escolar: Quando as Cobranças Começam

Dos 6 aos 12 anos, a vida da criança muda bastante. Escola, lições, amigos, pressões… E a ansiedade pode aparecer de formas diferentes.
Sinais Comuns
Preocupação excessiva com notas, provas, desempenho. Aquela criança que chora porque tirou 8 em vez de 10.
Perfeccionismo – nada está bom o suficiente. Ela refaz a lição várias vezes porque “não está perfeita”.
Sintomas físicos – dor de cabeça, dor de barriga, náusea. E olha, não é fingimento! A ansiedade realmente causa sintomas físicos.
Dificuldade para fazer amigos ou medo excessivo de ser rejeitada.
Recusa em ir à escola – e não é por preguiça, é por medo mesmo.
Explosões de Raiva
Às vezes a ansiedade infantil se manifesta como irritabilidade. A criança explode por qualquer coisa porque não consegue lidar com a tensão interna.
👦 Adolescência: A Fase Mais Complexa

Ah, a adolescência… Se já é complicada normalmente, imagina com ansiedade no meio!
O Que Muda
Preocupação com a imagem – como estão se vestindo, o que os outros pensam, se são aceitos ou não.
Pressão acadêmica – vestibular, futuro, carreira. Tudo parece uma montanha.
Relacionamentos – amizades, namoro, aceitação no grupo.
Sinais Mais Sérios
Ataques de pânico – aquela sensação de que vai morrer, coração acelerado, falta de ar.
Isolamento social – se tranca no quarto, não quer sair, não fala com ninguém.
Mudanças drásticas de humor – está bem agora, daqui a pouco está um caco.
Insônia – mente não para, fica pensando em mil coisas.
E cuidado com transtornos alimentares ou uso de substâncias – às vezes é a forma que encontram para lidar com a ansiedade.
🤝 Como Ajudar em Cada Idade
Para os Pequenos (0-5 anos)
Rotina é tudo! Crianças pequenas se sentem seguras quando sabem o que esperar.
Ambiente previsível – mesmos horários, mesmas atividades, muito carinho e paciência.
Brincadeiras – é através do brincar que elas processam os sentimentos.
Para Crianças Escolares (6-12 anos)
Terapia cognitivo-comportamental adaptada para crianças funciona muito bem. Ensina a criança a entender seus pensamentos e sentimentos.
Técnicas de relaxamento – respiração profunda, contar até 10, imaginar um lugar gostoso.
Mindfulness – exercícios simples de atenção plena, adaptados para a idade.
Para Adolescentes (13-18 anos)
Terapia continua sendo fundamental. Às vezes precisa incluir a família no processo.
Exercícios físicos – liberam endorfina, melhoram o humor e ajudam a descarregar a tensão.
Hobbies criativos – música, arte, escrita. Qualquer coisa que permita expressão.
Medicação – em alguns casos, pode ser necessária. Sempre com acompanhamento médico.
💡 Dicas Práticas Para Pais
Valide os Sentimentos
Nunca diga “não é nada” ou “não precisa ter medo”. Para a criança, aquilo é real e assustador.
Em vez disso, diga: “Entendo que você está com medo. Vamos conversar sobre isso?”
Ensine Estratégias
Respiração profunda – ensine a criança a respirar devagar quando estiver nervosa.
Contar até 10 – técnica simples, mas eficaz.
Visualização – imaginar um lugar calmo e seguro.
Estabeleça Rotinas
Previsibilidade traz segurança. Mesmos horários para comer, dormir, brincar.
Incentive a Expressão
Deixe a criança expressar seus sentimentos através de desenhos, brincadeiras, conversas.
Não force, mas esteja disponível quando ela quiser falar.
Limite o Tempo de Tela
Excesso de eletrônicos pode aumentar a ansiedade. Estabeleça limites saudáveis.
Busque Ajuda Profissional
Se a ansiedade está interferindo na vida diária – criança não consegue ir à escola, não dorme, não brinca – procure um psicólogo infantil.
Quando Me Preocupar?
Algumas situações pedem ajuda profissional urgente:
- Ansiedade que dura mais de 6 meses
- Interfere nas atividades diárias
- Causa sofrimento significativo
- Criança fala em se machucar
- Sintomas físicos frequentes sem causa médica
Minha Experiência
Como te contei, passei por isso com minha sobrinha. Ela tinha 8 anos e de repente começou a ter dores de barriga toda manhã antes da escola. Achávamos que era frescura.
Depois descobrimos que ela estava com ansiedade escolar – medo de errar, de ser julgada pelos colegas. Com ajuda profissional e muito apoio da família, ela superou.
Hoje ela tem 15 anos e é uma adolescente confiante. Claro, ainda tem seus momentos de ansiedade (quem não tem?), mas agora sabe lidar melhor.
O Papel da Família
Ansiedade infantil não é culpa dos pais. Pode ter várias causas – genética, ambiente, experiências…
O importante é estar presente, oferecer apoio e buscar ajuda quando necessário.
Concluindo…
Ansiedade em crianças é mais comum do que pensamos. O importante é saber identificar os sinais e agir rapidamente.
Lembre-se: você não precisa resolver tudo sozinho. Existem profissionais capacitados para ajudar.
E principalmente: tenha paciência. Ansiedade infantil tem tratamento, e com o apoio adequado, a criança pode aprender a lidar com seus sentimentos de forma saudável.
Seu filho não está “mimado” ou “exagerando”. Ele está precisando de ajuda para entender e lidar com sentimentos que ainda não conhece bem.
Estar atento e oferecer apoio é o primeiro passo para ajudá-lo a ter uma vida mais tranquila e feliz.
Referências:
Terra – Ansiedade em crianças: conheça os sinais e saiba como lidar com a questão. Disponível em: https://www.terra.com.br/vida-e-estilo/criancas/ansiedade-em-criancas-conheca-os-sinais-e-saiba-como-lidar-com-a-questao,8c646405bd76f3ba9d202875d2bf938fd26ffloj.html?utm_source=clipboard
Grupo Marista – Ansiedade infantil: saiba lidar e quando buscar ajuda. Disponível em: https://grupomarista.org.br/blog/ansiedade-infantil/
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